terça-feira, 15 de dezembro de 2009

20ª OFICINA

Na última oficina, falamos sobre Linguagem Figurada: onde poderíamos encontrar figuras na linguagem cotidiana; as várias possibilidades da linguagem figurada no texto literário. Foram levados vários tipos de textos e solicitado que os professores identificassem figuras de linguagem nos textos da coletânea.

Em seguida lemos o trecho abaixo:

"Lembrando que uma escola que se pretende atualizada e adequada aos seus educandos não pode ignorar a necessidade de realização da autonomia do sujeito na e pela leitura, e deixar de ser apenas reprodutora de imagens e textos alheios. (Ribeiro, 2003a, p.23)."

E passamos uma relação de sugestões de leitura, apresentada pela nossa formadora da UNB, Aya Ribeiro:


•BAUDRILLARD, Jean. A transparência do Mal: ensaio sobre os fenômenos extremos. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1992.

•CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecília von (Org.). A criança e a violência na mídia. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 1999.

•CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecília von (Org.). A Criança e a Mídia: imagem, educação, participação. – São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2002.

•COSTA, Marisa V. (Org.). O Currículo nos Limiares do Contemporâneo. 2 ed.; Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

•CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. Campinas: Papirus, 1995.


•ECO, Umberto. A estrutura ausente.São Paulo: Perspectiva, 1987.

•GEERTS, C. A invenção das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

•HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, v. 22, n.2, jul./dez., 1997.

•HALL, Stuart. Identidades Culturais na pós-modernidade. Trad. Tomaz T. da Silva; Guacira L. Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

•LARAIA, R. Cultura. Um conceito antropológico.11 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

•MERLEAU-PONTY, M. Phénomenologie de la perception. Paris: Galimard, 1945.

•OLIVEIRA, I. B.; SGARBI, P. (Org.). Fora da escola também se aprende. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

•SANTOS, B. S. Pela mão de Alice – o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.

•RIBEIRO. O.M. A Arquitetura da realidade: espaço e criação, linguagem e gênesis. Revista Art &Educação. Nº II. 2004.

•SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia das Letras, 1997.

•SAUSSURE, F. de. Curso de Lingüística Geral, São Paulo, Cultrix, 1974.

•SCHAFF, A. Langage et conaissance. Paris: Antropos, 1974.

•WILLIANS, R. Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

•VEIGA-NETO, A. Cultura e currículo. Contrapontos. V. 2 nº 4, jan-abr., p. 43-51.


Encerramos as oficinas no ano de 2009, com o comprometimento de continuar as tarefas e aplicação das atividades em 2010. Os professores cursistas sugeriram inclusive, continuar com os encontros periódicos, para trocar ideias e explorar o material disponibilizado em conjunto.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

19ª OFICINA

Iniciamos assistindo os slides sobre arte: "Klassika", observando as obras, a riqueza de detalhes e pensando de que maneira poderíamos gerar situações de leitura e escrita a partir daqueles quadros. Os professores constataram que cada obra apresentada poderia ser assunto de debate em sala de aula, e posterior produção textual. Deram-se conta que poderiam fazer exercícios de leitura sem nenhuma palavra registrada na tela, apenas observando as imagens, as cores e as situações.

Viram a seleção de imagens da professora Maria Aparecida de Sousa, que trazia fotos, pinturas, estátuas, desenho de cordel.Foi discutido de que maneira cada uma delas poderia ser trabalhada.

Em seguida, foram apresentadas obras do surrealismo, onde as imagens se confundem, se misturam, o impossível se torna possível através da arte. A escrita sendo um tipo de arte, também torna tudo possível, basta convencer nossos alunos disso. Através dela pode-se estar em todos os lugares, fazer todas as peripécias e ainda mudar o que não se gosta.É um modo de estimular a criação, a imaginação. No papel tudo é permitido!

domingo, 6 de dezembro de 2009

18ª OFICINA

Nesta dia trabalhamos com os slides de "Oficinas de Leitura e Produção de Textos", cedidos pela formadora da UNB, professora Aya Ribeiro. Foi apresentado o projeto desta oficina e conversado a respeito de como proceder em sala de aula. Resumidamente, falamos sobre:

"Passos das oficinas de leitura e de produção de textos: a criação de situações de uso da linguagem.

1ª. Fase: Negociação e leitura

2ª. Fase: Produção textual

Escrita: trabalho em que se envolvem plano, texto, correção e reescrita.

•O que ou sobre o que escrever?
•Para quem escrever?
•Por que escrever? Com que objetivo?
•Para quê? Há uma justificativa para escrever esse texto?
•Onde se passam os fatos? Onde você deseja veicular seu texto?
•Quando aconteceram os fatos? No passado? No presente?
•Como você os contará? Em forma de uma história?
•Quem será o narrador? E a ou as personagens?"

Os professores comentaram como é importante a questão da releitura e autoavaliação dos textos. Como é positivo expor as produções e contar, explicar as intenções que se teve ao escrever. O aluno aprende fazendo, refazendo, tentando! Os cursistas comentaram da dificuldade de algumas crianças em escrever qualquer coisa, é mais fácil dizer que "não sabe", do que tentar. Vem aí o papel de intermediador do professor, estimulando, desafiando, instigando os educandos a colocar no papel, ou mesmo na "ponta da língua" o que pensam, o que imaginam, o que criam.

Foi um dia bem produtivo, pois os participantes refletiraram sobre a prática de como se cobra a escrita em sala de aula. Viram algumas maneiras de proporcionar a produção textual sem que fosse uma coisa difícil, complexa para os alunos, partindo do cotidiano, das vivências, do mundo da criança.

domingo, 29 de novembro de 2009

17ª OFICINA

O assunto em pauta da 17ª oficina foi a GRAMÁTICA.

Iniciamos assistindo ao vídeo "O assalto". Em seguida os professores colocaram seus pontos de vista sobre o ensino de Língua Portuguesa nas escolas e como, ainda hoje, acaba ocorrendo uma cobrança maior dos professores desta disciplina, quando na verdade, é um trabalho que deve ser feito por todas as áreas. Foi um momento de grandes elogios ao material do Gestar II, que apresentou possibilidades diversificadas e mais próximas à realidade dos alunos. Os cursistas comentaram da dificuldade de usar o livro didático, recebido do governo, com textos e contextos diferentes da realidade dos educandos, diversos dos conhecimentos de mundo dos alunos.

Procuramos:
•1- caracterizar a gramática interna e o ensino produtivo;
•2- caracterizar a gramática descritiva e o ensino reflexivo;
•3- caracterizar a gramática normativa e o ensino prescritivo.

Falamos sobre frase, oração e período, e das diferentes organizações da frase e do período em cada texto.
Foi sugerido que os alunos fizessem uma coletânea com vários tipos de texto e trabalhassem em grupo para ler e perceber as diferenças na estruturação frasal.

domingo, 22 de novembro de 2009

16ª OFICINA

A 16ª oficina baseou-se na LEITURA e seus cruzamentos (rede de significados X rede de imaginação).
Foram apresentadas figuras de fundo e sugerido que cada um dissesse o que enxergava.A partir das diferenças no modo de "ver" as figuras, conceituamos leitura, leitor e interlocutor.

Em seguida trabalhamos com a história do GATO FEIO. Depois da leitura, algumas professoras se emocionaram e pensaram em trabalhar com os alunos a argumentação através desta história. Qual é a opinião das crianças sobre o Gato Feio? O que elas fariam? Instigar a expressão oral sobre o que é importante na vida.

Discutimos também a importância de se levar em conta a bagagem de cada aluno, associando a leitura ao conhecimento de mundo de cada um. Mostramos várias tiras de histórias em quadrinhos que trabalham com isso.

Finalizamos com o clip da música Another Brick In the Wall, do Pink Floyd, e com a análise da letra. Que tipo de alunos queremos, afinal?

domingo, 15 de novembro de 2009

15ª OFICINA

A 15ª oficina realizou-se no dia 10 de novembro.

Retomamos a intertextualidade fazendo a leitura do texto Outras Vidas, de Vanessa Mello.

Em seguida, leitura do texto "Notícia de Jornal", de Fernando Sabino:

"Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.
Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar.
Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da rádio patrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um homem morreu de fome."


Após, "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto:


"De sua formosura
já venho dizer:
é um menino magro,
de muito peso não é,
mas tem o peso de homem,
de obra de ventre de mulher.



De sua formosura
deixai-me que diga:
é uma criança pálida,
é uma criança franzina,
mas tem a marca de homem,marca de humana oficina.



Sua formosura
deixai-me que cante:
é um menino guenzo
como todos os desses mangues,
mas a máquina de homem
já bate nele, incessante.



Sua formosura
eis aqui descrita:
é uma criança pequena,
enclenque e setemesinha,
mas as mãos que criam coisasnas suas já adivinha.



De sua formosura
deixai-me que diga:
é belo como o coqueiro
que vence a areia marinha.


De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como o avelós
contra o Agreste de cinza.



De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como a palmatória
na caatinga sem saliva.


De sua formosura
deixai-me que diga:
é tão belo como um sim
numa sala negativa.



É tão belo como a soca
que o canavial multiplica.
Belo porque é uma porta
abrindo-se me muitas saídas.


Belo como a última onda
que o fim do mar sempre adia.
É tão belo como as ondas
em sua adição infinita.



E belo porque com o novo
todo o velho contagia.
Belo porque corrompe
com sangue novo a anemia.


Infecciona a miséria
com vida nova e sadia.
Com oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria."


Depois de apresentar os dois textos acima, foi lido o terceiro texto, que é uma crônica produzida com intertexto relativo ao "Notícia de Jornal" e "Morte e Vida Severina".


Pariu no Corredor do Hospital
(Renata Appel)


"Leio no jornal a notícia de uma mulher que pariu no corredor do Hospital Fêmina. Jovem, negra, pobre, pariu no corredor do hospital, com poucos socorros, em pleno banco estofado, em meio a enfermeiras, médicos e pacientes. Somente abriu as pernas e deu à luz.
Pariu no corredor do hospital. Gritou por ajuda, clamou por assistência médica. No entanto, o tempo não pôde esperar e acabou parindo em pleno corredor.

Gestante pariu no corredor de hospital. A enfermeira disse que havia falta de quartos. Fêmina apresentava super lotação de parturientes. E a pobre negra somente abriu as pernas e deu à luz.
Eis que de seu ventre surge um menino magro. De muito peso não é, mas tem peso de homem, de obra de ventre de mulher. É uma criança pálida e franzina. Mas tem a marca de homem, marca de humana oficina.

Pariu no corredor do hospital. Entre diversas enfermeiras, médicos e pacientes. Mulher pobre. Sozinha. Miserável. Gestante. Jovem demais. Negra. Baixo nível. Ignorante. Um bicho, uma coisa - não foi tratada como digna parturiente. E pariu no corredor do hospital. E eis que de seu ventre salta uma criança pequena. É tão bela como um sim numa sala negativa. Não é responsabilidade dos profissionais, nem do hospital, nem das autoridades. O que têm a ver com o fato? Deixa a mulher parir em pleno corredor.
E ela, o que faz? Jovem e destemida dá à luz sobre um banco estofado, sem recursos e com pouco auxílio. E eis que de seu ventre nasce o menino. Somente após o ocorrido, a jovem é amparada. Nos braços, o rebento abençoado infecciona a miséria com vida nova e sadia."

Os cursistas perceberam que a intertextualidade é o diálogo de um texto com outros textos.
Assistimos ao vídeo "Língua- Vidas em Português" e para finalizar a oficina, fizemos a associação do filme com o texto "Babel é aqui: todas as línguas do português", da nossa professora Ormezinda Maria Ribeiro - Aya.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

14ª OFICINA

A 14ª oficina, ocorreu no dia 03 de novembro.

Iniciamos falando que os professores de língua portuguesa não ensinam "português", ensinam uma variante culta, padrão. Os alunos aprenderam a falar em casa, ou seja, trazem uma variante. Para reflexão, assistimos ao vídeo do Pink Floyd, mostrando como o ensino pode ser massificado, como podemos transformar nossos alunos em "robôs".

Para amenizar, foi a vez do vídeo de Chico Anysio, somente com palavras com "M". Em seguida, foi lido o texto de apoio "Sim, sou seu súdito", de Fábio Henrique Gimenez Nagata, somente com palavras com "S".


Os cursistas tiveram que ampliar a frase "O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE ROMA".

"O RÁPIDO RATO ROMEU RUIDOSAMENTE ROEU A ROUPA RUBRA RELUZENTE DO RICO REI ROBERTO RIBEIRO DA ROSA ROCHA, DA REQUINTADA ROMA. A RAINHA RAQUEL RAPOSO DA ROSA ROCHA, RABUGENTA, RANZINZA, RAQUÍTICA, RINDO, ROEU RAPIDAMENTE O RESTO, RESTANDO RESQUÍCIOS ROTOS. O REI RESTRINGE-SE A RALHAR RISPIDAMENTE RATOS ROEDORES E A RAINHA REINA RADIANTE ROMA."


Trabalhando com o Intertexto, assistimos:
- Hino Nacional Patrocinado
- Propagandas
- Revistas
- Profissões

Fizemos a leitura de O carteiro chegou e os professores perceberam a intertextualidade com outras histórias infantis: Os Três Ursos, João e Maria, João e o Pé de Feijão, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Cachinhos Dourados. Foram percebidos também os diferentes tipos de correspondência entregues pelo carteiro. A atividade dos professores foi, usando o mesmo recurso do livro O carteiro chegou, escrever uma história infantil fazendo alusão a outras histórias.